The island of Dr Moreau - figure of speech
O filme "A ilha do Dr. Moreau", baseado na obra homônima do historiador e escritor H. G. Wells, tem grande valor no estudo da literatura em língua inglesa, principalmente quando aliado à contextualização histórica. Wells é referência obrigatória em todas as obras cinematográficas modernas relacionadas à viagem no tempo, à aplicação de conhecimentos científicos na vida humana e a questões históricas. Dr. Moreau é um cientista que vive com sua família numa ilha isolada, e procede a experiências com vivissecção e a reflexões sobre o valor da vida e a relação entre humanos e outros animais.
Neste trecho, o náufrago Douglas está de partida da ilha. Antes, se despede das criaturas que restaram. Depois que Douglas se oferece para voltar com cientistas para salvar os nativos, o chefe religioso dispensa a proposta, e reflete sobre o que é melhor - ser animal ou humano. Depois que a embarcação improvisada de Douglas ganha distância, ouve-se como epílogo um comentário a respeito da animalidade do ser humano. Mais uma vez é explorada a animalidade (na verdade, brutalidade) dos humanos, oposta à humanidade (no caso, sensibilidade e coerência) dos animais (assim como acontece no romance Vidas secas, de Graciliano Ramos, em A metamorfose, de Franz Kafka, e outros). Destaca-se a figura de linguagem "To go on two legs is very hard. Perhaps four is better", dita pelo religioso, referindo-se aos humanos a partir de uma de suas características (o ato de andar sobre dois pés).
The island of Dr Moreau, ficção científica, EUA, 1996, 100 min.; COR. Direção: John Frankenheimer.
Palavras-chave: partida, transporte, animalidade, humanidade, guerras, literatura estrangeira, figuras de linguagem.
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